Postado por Angelim em 25/02/2007
Esse finar de semana eu passei na casa da vó. Tive que sair de lá carregado de tanto que comí. Era biscoito de nata, arroz doce, biscoito de polvilho frito, biscoito de polvilho assado, canjiquinha, frango caipira, marmelada, torresmo, arre!!! Fala a verdade. Tanta comelança num entre úteis só? Pois de verdade verdadeira tinha tudo isso mesmo.
E foi moda de viola pra todo lado. Eu e mais sô Souza. Violeiro dos norte que tem sangue de mineiro e alma de paulista. Ou será o contrário? Tanto faz. O cabra é bom e pronto. Alma é o sopro de Deus antes do nascer da vida. E a viola só chora de verdade quando é a alma que toca. E esses dois dia foi viola chorosa pra mais de metro. Parecia que a viola tinha sido feita de madeira de marmeleiro. Viola de sôdade.
Mas voltando pro sobrado, me diz se tem coisa mió que o calor de casa de vó? Aquele fogão de lenha que aquece de um tanto. Até água pra banhá sai na maió freventura porcause do fogão. Aquele baruião danado da água frevendo e passando pela serpentina. Mas calor de coração de vó é dos maior que já vi. É coração de mãe de mãe. Grande por demais mesmo. Cabe a netaiada toda lá dentro. Uma paciência. Acha tudo lindo. Até neto desafinado cantano deixa a véinha maraviada.
Esse ano a minha vai completá 93 anos. Quando ela nasceu moça não ía em festa, dançava só dentro de casa, casava com quem o pai queria. Era otros costume. Já viu de tudo e mais um pouco. Viu filho nascê com o sol e já viu filho se pô com a lua. E inda assim prepara canjiquinha e carrega os pau do fogão de lenha com a maió aligria. Esses da foto mesmo. E tem força pra fazer um finar de semana ficá pra sempre nas lembrança de recordação da vida da gente.
Isso é fogo de casa. Chama que véve no peito de quem qué bem a gente e de quem bem a gente qué. Que Deus permita que eu tenha sempre esse fogo pra me queimá.
Té!
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